Quero começar por agradecer ao Tora a cedência do terreno para o nosso treino.
Desta vez o objectivo foi a melhoria da nossa prática de camuflagem, progressão e aproximação do objectivo sem fazer barulho, recolher informações para efetuar um ataque.
A história era simples: uma fação está a proteger uma base (há vários meses) numa zona de conflito. A base está fortificada, existindo trincheiras, bunkers, etc, variados sistemas de defesa que incluem minas antipessoais. A base está localizada numa zona controlada por forças amigáveis, não se espera um ataque iminente. Os membros da fação que defende estão, portanto, descontraídos, movimentam-se normalmente, mas mantém-se armados e vigilantes, em caso de ataque espera-se que assumam rapidamente posições defensivas. A fação que ataca é uma equipa de observadores avançados que tem por missão observar a base e recolher o máximo de informação. Estava um cartaz afixado num dos contentores, com um código que deveria ser percebido pela equipa atacante. Esta equipa deveria, portanto aproximar-se o suficiente para ver e entender o que estava escrito no cartaz. Se a equipa que defendia conseguisse ver algum dos elementos da equipa atacante deveria gritar "ALTO" deslocando-se depois até ao ponto onde estivesse esse elemento (para verificar in loco se o tinha identificado corretamente) para o retirar do jogo (o pessoal esqueceu-se deste pormenor e quando identificava alguém desatava à bagada). No final trocávamos de papeis.
Fiquei colocado na equipa que defendia. Desempenhámos o nosso papel, movimentámo-nos livremente, com um perfil elevado, guardámos as entradas e saídas da base, patrulhámos o terreno circundante a esta. Montámos minas e aguardámos.
Passado algum tempo o Rui avistou um in, gritou-lhe ALTO mas aqui o pessoal, devido à adrenalina, esqueceu-se do combinado e lá saiu um tempestade de bagadas, resultado: dois mortos do nosso lado. A partir daqui assumimos posições defensivas para reagirmos ao fogo inimigo, mas aconteceu algo engraçado: A equipa adversária ocupou a periferia da base para melhor poder ler a mensagem que estava afixada num dos contentores e, enquanto procedia à leitura da mensagem, acionou uma mina antipessoal. Em condições normais, esta eliminaria apenas a pessoa que a acionou, mas os 3 membros estavam muito juntos (talvez para transmitirem, em voz baixa, a mensagem uns aos outros), a mina rebentou fazendo 3 mortos (a equipa inteira)... Lição aprendida: manter uma distância de segurança entre os elementos.
Em seguida trocámos de papeis e passámos a atacar. Ao contrário da equipa adversária, decidimos camuflar-nos. Capacete, cara e costas. Pessoalmente gosto de o fazer, sempre que posso, em todos os jogos, pois dificulta muito a deteção por parte da equipa contrária. Tivemos uma dificuldade acrescida: não havia vento, o que significa que se fizéssemos muito barulho seríamos facilmente descobertos.
Fizemos a nossa progressão com calma mas, apesar de sermos apenas 3, estávamos a fazer muito barulho. Decidimos fazer uma progressão ainda mais lenta, em que apenas avançava um elemento de cada vez. Conseguimos diminuir o barulho da nossa progressão. Fomos avançando encosta abaixo até que chegámos a um ponto em que havia uma pequena clareira e que permitia ver parte da base inimiga. Nesta altura eu usei os binóculos e transmiti a mensagem ao Júlio que a escreveu num papel (os piratas dos nossos adversários viraram-na de pernas para o ar para dificultar a leitura).
Continuámos a nossa progressão até à periferia da base inimiga. O ruído do nosso avanço deve ter alertado os nossos adversários que, mais uma vez se esqueceram do combinado e abriram fogo na nossa direção. Em vez de recuarmos decidimos manter posições porque verificámos que a equipa contrária não nos tinha visto, tinham apenas ouvido a nossa progressão e decidiram atirar para aquela zona, esperando que nós reagíssemos. O Rui, que fez connosco o seu 1º jogo de airsoft, saíu da sua posição e acabou por acionar uma das minas antipessoais. Os restantes elementos mantiveram as suas posições, em silêncio, e assim ficando durante algum tempo. Isto peritiu-nos verificar as posiçoes dos nossos inimigos que, ao continuarem a disparar, foram denunciando a sua localização. Em seguida segui as indicações do Júlio ocupei outra posição para efectuarmos o ataque de duas direções diferentes (considero que não recuei o suficiente, deveria ter-me afastado mais a fim de aparecer nas costas dos nossos adversários) fui avançando muito lentamente pois estava muito perto da base e não queria denunciar a minha posição com o ruído da minha progressão. O Júlio, por sua vez tinha-se posicionado mesmo em frente da base inimiga e estava pronto para atacar.
Recebi uma ordem para fazer fogo, só para desviar a atenção dos nossos adversários para a minha posição, assim fiz mas acabei eliminado.
Fizemos ainda mais um jogo para a bagada pura e dura, enfim, mais uma manhã bem passada!