Este treino deu-me algum trabalho (e também bastante gozo) a preparar.
Em dia de mudança de hora, que me obrigou a levantar uma hora mais cedo 5h30 (hora antiga 4h30) para me deslocar mais cedo para o terreno e montar algumas surpresas, concretamente, uns alvos com letras, para rever o alfabeto nato.
Os objetivos do treino foram:
1 - A progressão em caminho, praticar a entrada em cruzamentos, zonas mais e menos expostas.
2 - Treino de navegação com carta militar.
3 - Treino físico. (caminho percorrido: 5 km)
4 - Relembrar a nomenclatura do alfabeto nato
O treino foi preparado para uma equipa de 3 elementos: 1 batedor que liderava o grupo e tomava as decisões de navegação, decidindo o caminho a tomar; 1 comandante de secção encarregue de manter a disciplina e eficácia da missão; um cerra-fila, encarregue de manter a segurança da retaguarda. A ideia seria fazer rodar os papéis por todos os elementos da equipa, de forma a que todos pudessem passar pela experiência de ter a responsabilidade que cada um desses cargos envolve.
Infelizmente o Roberto não se pôde juntar a nós, assim houve que adaptar a missão. Trabalhámos em binómio, tendo o Rui o papel de batedor e eu o papel de comandante de secção / cerra-fila.
O itinerário:
5 km de caminho marcado num mapa 1/25000, com todo tipo de configuração de cruzamentos, permitiu-nos praticar a progressão em coluna, bem como a navegação por carta militar, uma vez que acabámos por trabalhar em binómio progredimos sempre em fila indiana.
Foi também a primeira vez que utilizámos os nossos auriculares, facto que nos obrigou a tentar resolver alguns problemas de comunicação via rádio.
Primeiro passo: distribuição de bússola e mapa e descrição do objetivo do treino, Visualização do mapa com o ponto de partida.
A missão começou com a formação anteriormente descrita. Rapidamente surgiram, ao Rui, as primeiras dúvidas de navegação, que são naturais com este tipo de mapas e serão resolvidas, a seu tempo, através da prática. Forneci informações sobre como utilizar a bússola, orientar o mapa pelo terreno e orientar o mapa por bússola.
A progressão foi feita como se estivéssemos numa situação real: a atenção dos elementos sempre centrada no terreno e em possíveis emboscadas. Foi definida uma zona (geral) para cada um dos elementos guardar (o da frente guardava a frente/esquerda e o de trás a direita/retaguarda), sendo , no entanto, necessário por vezes trocar de zonas, de acordo com aquilo que o terreno nos obrigava. Tentámos manter a nossa progressão indetetável, saindo do caminho cada vez que nos cruzámos com "civis". Sempre que foi necessário consultar o mapa faziamo-lo saindo do caminho e procurando cobertura no mato. Encorajei o Rui a memorizar 2 ou 3 características do terreno à frente, a fim de diminuír o número de vezes de consulta do mapa.
Características a memorizar:
Distância (aproximada) até ao próximo ponto no mapa; configuração do caminho (curva à esquerda ou direita, curva brusca ou suave, cruzamentos/entoncamentos à esquerda ou direita).
À medida que a missão foi progredindo o Rui foi ganhando confiança na navegação e foi necessitando de cada vez menos correções. Tomou contacto com algumas "imprecisões" dos mapas, como o facto de nem todos os caminhos presentes no terreno estarem marcados no mapa e vice-versa. Por outro lado o cansaço foi-se instalando (devido à dificuldade do terreno), e para aliviar a rotina e manter a concentração elevada simulei um contacto com uma patrulha inimiga (imaginária). Gritei "CONTACTO À RETAGUARDA", abrindo fogo, pedi apoio de fogo ao Rui, e enquanto um disparava o outro tomava posição, invertendo os papeis até quebrar o contacto com o inimigo. Fizemos também um pouco de progressão no mato para investigar um veículo que apareceu estacionado no caminho e que tomámos como inimigo.
A missão continuou como descrito, procurando manter a concentração apesar da dureza do terreno e do cansaço cada vez maior. No final tivemos a oportunidade de relembrar o alfabeto fonético da nato e utilizámos os alvos para um pouco de tiro prático.
Concluíndo:
Este treino foi muito importante, não só pela pertinência dos objetivos, mas também por ter mostrado o que ainda falta fazer (a seu tempo).